A 26ª edição da Romaria de Frei Damião, na cidade de São Joaquim do Monte, começa na próxima quinta-feira (29)
Jaciara Fernandes
O município de São Joaquim do Monte, no Agreste pernambucano, se prepara para um período de muita fé e louvor, na tradicional Romaria do Frei Damião, que começa na próxima quinta-feira (29) e se estende até o domingo (1º setembro). A programação do evento religioso, que chega a sua 26ª edição, conta com procissões, confissões, terços e louvores. A expectativa da Diocese é atrair um público de mais de 100 mil romeiros durante os quatro dias, principalmente diante da melhoria na infraestrutura da cidade por parte da prefeitura, desde o ano passado.
A Romaria de Frei Damião de Bozzano foi criada em 1993, por iniciativa do padre Pedro Antônio Filho, religioso com passagem por São Joaquim do Monte, e, atualmente, pároco de Taquaritinga do Norte, no Agreste. O homenageado é um frei capuchinho italiano que serviu em diversas cidades do Nordeste durante 66 anos. Nos três primeiros anos do evento, o próprio Frei Damião chegou a participar. Ele deixou de frequentar quando já apresentava a saúde debilitada, nos anos anteriores à sua morte, em 1997.
Depois do falecimento do religioso, o evento ganhou ainda mais força. Durante os dias de festa, os católicos enchem as ruas da cidade, principalmente as ladeiras que dão acesso ao Santuário de Frei Damião, onde está o ‘Monumento do Missionário do Nordeste'. A coordenação da romaria é feita pela Diocese de Caruaru e pelo padre Isael Torres, atual pároco de São Joaquim do Monte.
A grade 2019 contemplará aspectos da religiosidade popular, de acordo com a tradição das Santas Missões, com confissões, caminhada penitencial, adoração ao Santíssimo Sacramento e shows de evangelização. "O romeiro vêm visitar o Cruzeiro para agradecer e renovar a sua fé pelos exemplos do Frei Damião e, por isso, estamos com uma programação totalmente religiosa, valorizando a popular", explicou o padre Isael Torres.
No primeiro dia (quinta), a programação começa com a Procissão das Velas e Missa no Cruzeiro, às 19h. O domingo é considerado o dia principal da festa, já que é comum a cidade receber caravanas de religiosos de vários estados. É o dia em que acontece a procissão com a imagem de Nossa Senhora das Dores, considerada padroeira dos romeiros. Os fiéis não só rezam o terço, mas acompanham a procissão de pés descalços e tem quem apenas acena o chapéu de palha em sinal de agradecimento.
HISTÓRIA
Segundo informações da Igreja Católica, Frei Damião chegou ao Brasil em 1931 e passou a morar no Recife. Pio Giannotti, seu nome de batismo, participou de Santas Missões durante 66 anos de vida religiosa. Ele nasceu em Bozzano, na Itália, em 5 de novembro de 1898. Aos 13 anos, ingressou na vida religiosa e, em 1915, aos 17 anos, emitiu os primeiros votos religiosos e recebeu o nome de Damião. Frei Damião morreu no Recife, em 1997, aos 98 anos. Ele ficou internado, por vários dias, em um hospital particular.
PROCESSO
O processo de beatificação e canonização de Frei Damião foi aberto em 2003. O primeiro passo foi dado quando a Igreja Católica reconheceu o capuchinho como Servo de Deus. Em 2012, os postuladores da causa levaram documentos para o Vaticano. Seis anos depois saiu o parecer da Comissão dos Teólogos, na Congregação da Causa de Todos os Santos, que aprovou o processo de beatificação.
Em abril deste ano, um decreto do sumo pontífice, editado no Vaticano, reconheceu como venerável o frade capuchinho. De acordo com frei Jaciel Gomes, postulador da causa e responsável pelo acompanhamento do processo de beatificação e canonização de Frei Damião, o reconhecimento pela Comissão dos Bispos e Cardeais foi o penúltimo passo antes da beatificação.