O investimento da gestão atinge R$ 2 milhões e 300 mil e, entre os benefícios, destaca-se a ampliação de leitos
Jaciara Fernandes
A assistência das doenças do coração terá novo endereço em Caruaru, o Hospital Municipal Manoel Afonso (HMMA), no Bairro Maria Auxiliadora. A informação foi detalhada durante coletiva de imprensa realizada pela Prefeitura de Caruaru, na última quarta-feira (31). O secretário municipal de Saúde, Francisco Santos, foi quem conduziu o encontro e, segundo ele, o investimento da atual gestão atinge R$ 2 milhões e 300 mil. "Entre os benefícios, destaca-se a ampliação de leitos, que passa de 32 para 53", adiantou.
Nos últimos 19 anos, a rede pública municipal ofereceu o serviço especializado no Hospital do Coração (HCC), no Bairro Maurício de Nassau, e, para que houvesse a mudança, a gestão Raquel Lyra precisou ampliar e requalificar o HMMA. De acordo com o secretário Francisco Santos, a inauguração oficial será no dia 16 de agosto, mas, até a próxima quarta-feira (7), todo o trabalho com mudança de equipamentos e mobília deverá ser concluído. "Tudo foi muito planejado com a equipe para que esse processo não prejudicasse o atendimento. A intenção é que não haja nenhum problema com a assistência aos pacientes", garantiu o titular da pasta da Saúde.
O HMMA, que é uma unidade de média complexidade, está de cara nova para abrigar o setor de cardiologia do município e está de portas abertas para receber os pacientes de média complexidade pediátrica, clínica médica, psiquiátrica e cardiológica. Outra novidade é que o hospital passa a oferecer três leitos totalmente equipados na sala vermelha, raio-x e serviços laboratoriais por 24 horas, além de cirurgias eletivas.
Com a reforma, após 14 anos de inaugurado, o HMMA passa a ofertar 21 leitos de retaguarda para 32 municípios do Agreste pernambucano. Francisco Santos informou, ainda, que foram contratados seis médicos especialistas (vascular, cirurgião geral, cardiologista, urologista, pneumologista e endocrinologista) para darem parecer aos pacientes internos. O setor cardiológico vai contar com oito cardiologistas (sete plantonistas e um evolucionista), enfermeiros, psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas, assistentes sociais, farmacêuticos e técnicos de enfermagem.
Com a mudança, os servidores da saúde e os pacientes terão disponíveis uma infraestrutura com ala exclusiva para cardiologia – no HCC são 11 leitos que serão ampliados para 15 leitos no novo endereço -, enfermarias climatizadas, banheiros com acessibilidade, canalização de gases medicinais, ventiladores pulmonares para estabilização, cardioverssores, marca passo externo, eletrocardiógrafo, dosagens de enzimas cardíacas, trombolítico de alto custo, entre outros. A humanização do atendimento também foi pensada de forma mais ampla e foi criado um espaço de convivência para os pacientes e acompanhantes com estrutura de jardinagem, sofás, televisão e mesa para atividades, no sentido de minimizar a tensão normal de um internamento hospitalar.
Segundo o presidente do Conselho Municipal de Saúde, Romário dos Santos, o HCC se tornou uma unidade obsoleta após a chegada do Hospital Mestre Vitalino (HMV), que absorveu grande parte dos pacientes cardíacos da região. "Diante dos baixos procedimentos realizados no Hospital do Coração, nós tivemos várias reuniões com o Ministério Público e sempre solicitamos que os serviços fossem incorporados aqui no Manoel Afonso para reduzir também os custos que ultrapassa R$ 200 mil mensais", explicou Romário, acrescentando que nem mesmo melhorias poderiam ser feitas no HCC por se tratar de um prédio alugado, uma vez que não existem mais recursos destinados pelo Ministério da Saúde quando a unidade não é própria.
Só em 2018 o custo com o funcionamento do HCC foi um total de R$ 2.821.800. As despesas mensais ultrapassaram R$ 235 mil, com o custo por internação, atingindo R$ 11.500. "O Conselho Municipal de Saúde também havia registrado inúmeros problemas estruturais e de acessibilidade no prédio do HCC, a exemplo de infiltrações, madeiramento do telhado danificado, redes elétricas e hidráulicas comprometidas", resumiu o presidente do órgão.
O diretor administrativo do HMMA, Geymesson Dias, disse que, durante a reforma do prédio, o atendimento não foi prejudicado. "Tudo foi pautado com base num planejamento estratégico para que não fossem prejudicados os atendimentos nas unidades que referenciam para o Manoel Afonso. Também fizemos a acolhida dos funcionários do HCC", comentou.