Buscando manter viva a memória do teatrólogo Argemiro Pascoal para que sua história de dedicação ao teatro seja inspiração para as novas gerações, o Teatro Experimental de Arte realizou, na última segunda-feira (17), evento para lembrar os 90 anos de nascimento do fundador do TEA. Na oportunidade, foi encenado o espetáculo ‘Os 3 porquinhos', com a Trupe Veja-Bem-Meu-Bem, formada por integrantes do TEA. Na plateia estavam alunos da rede pública municipal de ensino.
O teatrólogo Argemiro Pascoal nasceu em Bezerros, no dia 17 de junho de 1929, apresentando seus primeiros trabalhos no teatro amador a partir de 1948. Ao se mudar para a Capital do Agreste, participou ativamente do Teatro de Amadores de Caruaru (TAC), onde assumiu as funções de ator, iluminador e assistente de direção de diversos espetáculos. Em 1962, ele, sua esposa Arary Marrocos Bezerra Pascoal e alguns amigos criaram o Teatro Experimental de Arte, grupo que se mantém atuante desde sua fundação, sendo reconhecido como Patrimônio Vivo e Ponto de Cultura do Estado de Pernambuco.
Argemiro Pascoal, em seus mais de 40 anos de carreira, contabilizou 50 espetáculos e encenou de clássicos como "Antígona", de Sófocles, e "A Vía Sacra", de Ghéon, a textos mais experimentais, a exemplo de "Feira de Caruaru", quando promoveu a estreia do caruaruense Vital Santos como dramaturgo, e de "Ratos de Esgoto", do baiano Vieira Neto. Além do sucesso alcançado como ator, decidiu arriscar-se na direção e, posteriormente, lançou-se na dramaturgia. Em 1975, levou à cena um de seus primeiros textos, "O Testamento".
Sua dramaturgia é formada por mais 15 peças escritas, algumas ainda inéditas, sendo o autor mais encenado pelo TEA. Ocupou na Academia Caruaruense de Cultura, Ciências e Letras (Acacil) a cadeira que tem como patrono o teatrólogo Joel Pontes. Também integrou a Comissão Estadual de Teatro, como representante do Interior, tendo como companheiros Hermilo Borba Filho, Germano Coelho, Ariano Suassuna e Isaac Gondin Filho, entre outros.
Sua história se mantém viva em cada olhar, fala ou silêncio sobre o palco, sendo consagrada a cada montagem realizada pelos alunos das oficinas do TEA, que ano a ano são lançados ao mercado teatral, passando a disseminar o amor e o respeito pela arte de atuar. Argemiro saiu de cena no dia 24 de agosto de 2012.