Do saboroso milho assado até a confortável alpercata de couro, eles vêm conseguindo, com os seus produtos, faturar redobrado no São João de Caruaru

Pedro Augusto

Em meio à gama de exibições culturais, que vem oferecendo da boa música até a dança, na Estação Ferroviária centenas de trabalhadores informais também têm encontrado neste espaço, que é tido como um dos principais polos do São João de Caruaru, a oportunidade ideal de obter lucratividade em tempos ainda de crise. Atentos às demandas tradicionais do período de festa, não tem sido pequeno o número de opções em artigos e serviços que estão sendo disponibilizados por eles durante todo o mês de junho. Do saboroso milho assado até a confortável alpercata de couro, os informais vêm conseguindo, com os seus produtos, faturar redobrado, garantindo somas em dinheiro importantes para o restante de 2019.

Este é o caso do autônomo Sebastião Salvador, que há pelo menos 12 anos vem comercializando "maçãs do amor" no período junino e na Estação Ferroviária. Ele se disse satisfeito com o investimento realizado para mais um São João. "Rapaz, não tenho do que reclamar. Nos outros meses do ano, trabalho como agricultor, mas sempre nesta época troco a enxada pela colher de pau para fazer o caldo das maçãs. E não me arrependo, porque as vendas costumam ser grandes. Para se ter ideia, num dia de domingo como esse (último dia 9), a expectativa é de vender pelo menos 300 maçãs. Se Deus quiser, mais uma vez, terei só o que lamentar o fim do São João", afirmou.

Outro informal que é do ramo das iguarias e não perde a chance de comercializar na Estação Ferroviária é Pedro dos Santos. Ele já vem sentindo nos bolsos a boa lucratividade propiciada pelo maior evento junino do mundo. "Milhares de pessoas preferem brincar o São João na Estação porque a variedade de opções em termos de produtos é muito grande. Durante o restante do ano, vendo as minhas pipocas rodando com o meu carrinho pelas ruas da cidade. Nesta época, prefiro ficar fixo por aqui porque a procura é bastante grande. Com certeza, o meu melhor período do ano em termos de vendas", confirmou.

Além da variedade em comidas, os forrozeiros que vêm frequetando a Estação Ferroviária ainda estão encontrando diversas opções para consumo de vestuários, calçados, acessórios, brinquedos, dentre outros produtos. No Mercado do Artesanato, por exemplo, um dos espaços mais demandados da Estação, os comerciantes informais não têm tido o que se queixar em relação ao faturamento. Que o diga Marcelo Bezerra. De "olho" no alto fluxo de consumidores tradicionalmente contabilizado no local, neste intervalo do ano ele tem feito questão de atuar não apenas na Feira do Artesanato, no Parque 18 de Maio, Centro, onde possui um banco, mas também neste Mercado interino.

"É claro que para comercializarmos por aqui precisamos pagar taxas à Prefeitura, mas acaba valendo a pena porque conseguimos lucrar bem. No Mercado do Artesanato podemos divulgar ainda mais os nossos produtos porque o fluxo de turistas é redobrado, desta forma, o investimento que fazemos é válido. Após dois finais de semana de São João, o faturamento no nosso box especializado em artigos em couro encontra-se dentro do esperado e deverá aumentar com a chegada do Dia de São João (24)", analisou Marcelo. No seu espaço, os clientes podem adquirir as últimas novidades em calçados e vestuários em couro.

Quem não dispensa a utilização de um acessório durante os festejos juninos, certamente, ao circular pela Estação Ferroviária, já parou para conferir a gama de produtos oferecidos pela Banng Acessórios. O proprietário Erick Torres ressaltou a importância de se negociar no São João de Caruaru. "Ao longo do ano participamos de outros eventos, mas o São João de Caruaru é o nosso carro-chefe em termos de faturamento. Para se ter ideia, durante os festejos da Capital do Forró, costumamos vender em torno de duas mil peças, entre pulseiras e colares, o que é excelente para este tipo de negócio."

ELOGIOS

Os forrozeiros que vêm circulando pela Estação durante o Maior e Melhor São João Mundo têm sido só elogios ao mix de produtos e serviços à disposição no local. O casal Sérgio Alves e Rebeca Rabelo, que são de Maceió-AL, por exemplo, se mostrou satisfeito com o leque de opção oferecido. "Tínhamos vindo para cá nesta época, há uns cinco, seis anos, e podemos afirmar que a Estação Ferroviária não possuía essa gama de itens que vimos agora. Boas hamburguerias, bares, restaurantes especializados, enfim, uma série de empreendimentos que dá vontade de conhecer todos. Está de parabéns o São João de Caruaru", comentou o casal.