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02/02/2019
Tragédia em MG alerta para riscos
 

Após o rompimento da Barragem I da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho, Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), a Agência Nacional de Águas (ANA) divulgou a lista de barragens que passarão por uma intensa fiscalização diante do risco de se romperem. São 1.118 reservatórios de um total de 3.386 fiscalizados, que apresentam risco médio ou baixo. No Brasil, três Estados se destacam negativamente no relatório. São eles: Paraíba (405), Rio Grande do Norte (221) e Bahia (205). Pernambuco aparece na quarta colocação, com 100 barragens que merecem atenção, incluindo Jucazinho, que abastece Caruaru e mais 11 municípios do Agreste.

O Governo de Pernambuco anunciou, na última quinta-feira (31), a criação de um grupo de trabalho para atualizar o cadastro e intensificar as fiscalizações das 442 barragens hídricas existentes no Estado. As atividades têm coordenação da Secretaria de Infraestrutura e Recursos Hídricos, que ressaltou não existir risco de rompimento em nenhum dos reservatórios de Pernambuco. Também integram o grupo as secretarias do Meio Ambiente e Sustentabilidade, Desenvolvimento Urbano e Habitação e Desenvolvimento Agrário (IPA).

A administração estadual informou também que as estruturas em solo pernambucano possuem tipos de construção e finalidades diferentes das encontradas em Brumadinho. Em Pernambuco, as barragens servem para reter água, evitando que os rios transbordem em épocas de chuva. Algumas fazem parte do sistema de abastecimento de água da população, diferentemente de Minas Gerais, onde as estruturas são utilizadas para contenção de rejeitos de minério.

A secretária de Infraestrutura e Recursos Hídricos de Pernambuco, Fernandha Batista, declarou que a decisão de intensificar as ações foi tomada a partir da comoção nacional gerada pela tragédia em Brumadinho e por causa de notícias falsas que passaram a circular na mídia. "Aqui não existem barragens de rejeitos, são barragens de água, com métodos de projeto e de construção bem distintos. Nós fazemos vistorias rotineiras nesses reservatórios, mas vamos intensificar esse trabalho", afirmou a secretária, adiantando que a equipe deverá começar a atuar neste mês de fevereiro, com previsão de contar com 29 profissionais, entre engenheiros, geólogos e técnicos.

A atuação dessa equipe deve priorizar os seguintes pontos: inspeções técnicas, atualização cadastral das barragens, compilação dos dados, bem como a elaboração de relatórios técnicos e de planos de manutenção, quando necessários. "É um trabalho de continuidade que já acontece permanentemente, mas será intensificado com esse grupo de trabalho", frisou.

As primeiras vistorias devem acontecer na Região Metropolitana e na Zona da Mata Sul, que possuem a maior concentração pluviométrica do Estado. A expectativa é que o trabalho seja concluído até junho próximo.

 
 
 
 
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