A mudança previne doenças e reduz chances de afastamento do trabalho. As estatísticas servem de alerta para os sedentários
De acordo com os números do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), em 2017, foram concedidos 196.754 benefícios a trabalhadores que precisaram ser afastados das atividades profissionais por mais de 15 dias devido a algum problema de saúde ocasionado pelo trabalho. A média foi de 539 afastamentos por dia, segundo o último dado fornecido pelo órgão.
Os principais motivos dos afastamentos estão relacionados à lesões como, fraturas de pernas, punhos e braços; doenças osteo musculares a exemplo de dores na coluna e doenças mentais como, depressão, alcoolismo e esquizofrenia. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define que saúde é uma condição humana com dimensões física, social e psicológica. O conceito de saúde e qualidade de vida é diferente de pessoa para pessoa e tende a mudar ao longo da vida de cada um. Em geral, a qualidade de vida está associada a fatores como: estado da saúde, longevidade, satisfação no trabalho, salário, lazer, relações familiares, disposição, prazer e até espiritualidade.
Para o médico ortopedista e de medicina preventiva Victor Hugo Costa, a prática de exercício físico regular é a melhor maneira de se evitar afastamentos no ambiente de trabalho, causados por problemas de saúde. "Os exercícios físicos como meio de prevenção de doenças podem trazer benefícios como o controle do peso corporal e da pressão arterial, melhora a resistência à insulina, a força muscular, aumenta a densidade óssea, melhora a resistência física e a mobilidade articular. Além disso, ter uma boa alimentação, repouso e realizar alongamento diário e frequente reduz a ansiedade, o stress e a fadiga", ressaltou o médico, acrescentando que "realizar atividade aeróbica também diminui os riscos de doenças cardíacas e fortalece a saúde vascular. O lazer em família também é uma ferramenta essencial para se ter uma boa qualidade de vida", completou.
Cerca de 70% dos auxílios-doença concedidos no Brasil são por doenças ortopédicas. Isso tem a ver com o perfil do mercado de trabalho, mas também com a fisiologia humana. O envelhecimento aumenta a probabilidade de desenvolvimento de dores nas costas e na coluna e de lesões em nervos e tendões. Em 2017, a dorsalgia (nome técnico para dor nas costas) foi a doença que mais afastou os brasileiros dos postos de trabalho. Foram 83,8 mil casos. Nos últimos 10 anos, a enfermidade tem liderado a lista de doenças mais frequentes entre os auxílios-doença concedidos pelo INSS.
Em segundo lugar está fratura de perna, incluindo tornozelo, com 79,5 mil casos, seguido por fratura ao nível do punho e da mão, com registro de 60,3 mil casos. Confira outras principais causas de afastamento por acidentes e adoecimentos no trabalho:
– Fratura ao nível do punho e da mão
– Fratura da perna, incluindo tornozelo
– Fratura do pé (exceto do tornozelo)
– Fratura do antebraço
– Dorsalgia
– Lesões do ombro
– Fratura do ombro e do braço
– Luxação, entorse e distensão das articulações e dos ligamentos ao nível do tornozelo e do pé
– Ferimento do punho e da mão
– Amputação traumática ao nível do punho e da mão
Fonte dos dados: INSS