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27/10/2018
Artesão dedica-se a fabricar brinquedos
 

O conhecido Chico Vitrinista já exerceu inúmeras profissões, e, aos 64 anos, confessa que é um homem realizado

Jaciara Fernandes

Dedicar todo o tempo a fazer brinquedos com a intenção de ver o sorriso de uma criança. Este é o maior estímulo para o artesão Antônio Francisco Santos, de 64 anos, conhecido como Chico Vitrinista, que se sente um homem realizado após atuar em várias profissões. É em sua própria residência, na Rua Macaparana, Boa Vista I, em Caruaru, que surgem as inspirações para a confecção de seus diversos produtos.

Natural da cidade de Belo Jardim, ele se mudou para Caruaru quando ainda tinha 10 anos, com o pai, o pedreiro João Francisco, e com a mãe, a dona de casa Josefa Maria da Conceição, além de três irmãos. Foi na Capital do Agreste que Chico conheceu e casou com Rosemere Lourenço Nogueira Santos, com quem teve quatro filhos: Rosemberg e Rosemilton, sócios de uma empresa de confecção; Romerito, comerciante ambulante, e Richarliton, mecânico e vendedor de óculos, nas horas vagas.

Para garantir o sustento da família, Chico trabalhou como auxiliar de serviços gerais, locutor de loja e teve uma escola que oferecia ensino do maternal a 4ª série do ensino fundamental. Já trabalhando com carteira assinada na extinta Casas Pernambucanas, ele deu início aos primeiros passos como organizador de vitrine, ou vitrinista – profissional responsável por estudar o tipo de produtos que deseja vender usando a criatividade para incutir no consumidor o desejo de comprar.

"Na realidade, nem eu mesmo sabia que tinha jeito pra coisa. Só sei que tudo que eu criava era elogiado", lembrou Chico, que se dedicou a estudar o comportamento do consumidor ao se deparar com a vitrine, indiscutivelmente um apelo visual para estimular a compra. "Foquei em elaborar exposições, criar um espaço convidativo, sem poluição visual, valorizar a comunicação visual, com cores, etiquetas e acessórios do estabelecimento para inserir esses elementos no contexto da minha produção criativa", contou Chico, que ganhou fama com a nova profissão e que rapidamente já era solicitado para desenvolver trabalhos em outras cidades. Foi também na extinta Lojas Setta que ele teve a oportunidade de fazer grandes projetos.

Com o surgimento de novos profissionais nessa área, os trabalhos foram reduzindo e Chico viu na confecção de roupas uma alternativa. A primeira opção foi fabricar artigos para recém-nascidos, já com a ajuda dos filhos. A empreitada durou pouco tempo e ele ingressou na Prefeitura de Caruaru ocupando cargo comissionado, onde ficou até 2012. Foi aí que Chico lembrou de seu talento como vitrinista e começou a se dedicar a fabricar brinquedos. "Essa atividade não só me faz manter as despesas de casa, mas também é uma realização pessoal. Chego a me emocionar quando vejo uma criança feliz com o brinquedo feito pelas minhas mãos", disse, emocionado.

O dia a dia é dedicado para fazer balanços, a partir de R$ 300 até R$ 850; escorrego, R$ 500; gangorra, R$ 350; carrossel, R$ 300, roda gigante, R$ 350; canoa, R$ 300 e casinha de boneca, R$ 850. Os brinquedos são mais vendidos para escolas, playground de restaurantes, clubes de lazer e fazendas, mas também são bastante solicitados para residências comuns, bastando ter um espaço onde o mesmo possa ser montado. A pintura de cada objeto é minuciosamente estudada e executada pelo próprio Chico. "Tenho orgulho de ver a minha arte sendo valorizada por tantos lugares aqui de nosso Estado", completou.

Para adquirir brinquedos feitos por Chico Vitrinista, ele tem pronta entrega aos sábados, em frente ao Shopping Difusora, ou nas imediações do Ministério do Trabalho, das 9h às 12h. Já aos domingos, o local de exposição é no acesso da Boa Vista I e II. Outra opção é agendar uma visita à oficina do artesão pelo contato (81) 99485-4900.

 
 
 
 
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