O festival foi criado pelo ‘casal 20' do teatro caruaruense, Argemiro Paschoal e Arari Marrocos
Wagner Gil
O Teatro Experimental de Artes (TEA) está realizando, desde a última sexta-feira (19), mais uma edição do Feteag (Festival de Teatro Amador e Estudantil do Agreste). O evento, que segue até o dia 26 de outubro, é considerado um dos mais importantes do Estado, no que diz respeito à revelação de talentos e por fomentar as artes cênicas nas escolas públicas e privadas. Toda a programação é gratuita.
Em Caruaru, as apresentações acontecem na Casa de Cultura José Conde, no Teatro Rui Limeira Rosal (Sesc), no Alto do Moura (Casa di Lúcio), bem como em várias comunidades rurais. Também haverá no Recife, no Teatro Hermilo Borba Filho e no Centro Cultural Benfica. "Como destaque desta edição, vale a pena ressaltar a realização da ‘Mostra Descentralizada', que irá circular com o espetáculo ‘Jogos na Hora da Sesta', do TEA, em várias localidades da zona rural de Caruaru, entre elas Malhada de Pedra, Pau Santo, Taquara, Xicuru e Itaúna. As apresentações serão nas unidades do Cras (Centro de Referência e Assistência Social)", destacou Fábio Pascoal, produtor executivo do Feteag. "O objetivo é promover encontros culturais e discutir arte e cidadania com esses moradores", completou.
Uma conquista importante para o Feteag foi a parceria estabelecida com outros festivais importantes, inclusive, internacionais, a exemplo do Cena Cumplicidades, do Transborda Sesc e do Câmbio. "Essa união resultou na criação do projeto ‘Cena Expandida'. Foi a partir dessa união de forças que se concretizou a realização do projeto Batucada no Recife", informou Fábio Pascoal.
O evento conta com o patrocínio da Fundação de Cultura e Turismo/Prefeitura de Caruaru e apoio do Sated PE, Sesc, Museu Afro Rolando Toro e Companhia Editora de Pernambuco (Cepe).
O FESTIVAL
O Feteag foi criado em 1981 pelo ‘casal 20' do teatro caruaruense, Argemiro Paschoal (já falecido) e Arari Marrocos. Inicialmente, o projeto surgiu como uma iniciativa para a inclusão cultural de jovens estudantes da rede pública de ensino. Depois, foi ampliado com a chegada de escolas privadas e produções nacionais e internacionais de teatro, dança e performance. "Com muito orgulho, tocamos esse festival todos os anos, apesar de algumas dificuldades que encontramos no caminho, como a ausência de patrocinadores. Mesmo assim, a cada ano realizamos um evento melhor do que outro", destacou a também atriz Arari Marrocos.
Desde a sua criação, o Feteag vem buscando valorizar, fortalecer, aprofundar e ampliar as ações de sensibilização e formação em artes cênicas promovidas pelo TEA, que é hoje Patrimônio Vivo do Estado e Ponto de Cultura, consolidando-se não apenas como um dos mais importantes produtores de festivais independentes de teatro, mas como um dos mais relevantes do país, por seu caráter formativo e descentralizador.
Em 2016, o Feteag ampliou sua ação passando a realizar a Mostra Recife, com a finalidade de possibilitar ao público da capital o acesso a obras que eram apenas encenadas no Interior. "Essa iniciativa vem potencializando a realização do evento e promovendo sua visibilidade além das fronteiras pernambucanas", concluiu Fábio Pascoal.