Diante do alto índice de desemprego, os gastos para a data também prometem ser ponderados
Apesar da lenta retomada da economia refletir no ânimo dos brasileiros, a maioria dos consumidores (72%) deve ir às compras este ano no Dia das Crianças – em especial as mulheres (77%). É o que revela pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em todas as capitais. No ano passado, 67% compraram presentes na data. Para 2018, a expectativa é de que o varejo movimente cerca de R$ 9,4 bilhões.
Diante de um cenário com alto índice de desemprego e renda achatada, os gastos do consumidor também prometem ser ponderados. De acordo com o levantamento, 39% dos entrevistados que presentearão, principalmente filhos, sobrinhos, netos ou afilhados, pretendem gastar o mesmo valor que o ano assado, enquanto 24% planejam comprar menos. No total, cada consumidor deve desembolsar, em média, R$ 187 com presentes.
O Dia das Crianças representa a última festa comemorativa antes do Natal e dará sinais de como será o desempenho das vendas no final do ano. "As intenções de compra da data servirão de termômetro para o fim de ano, ao trazer as primeiras impressões do que deve acontecer no Natal, principalmente em um momento que o poder de compra das famílias continua sendo afetado pelas dificuldades econômicas", explicou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
APERTO
Os impactos da crise ainda estão presentes no dia a dia das pessoas e contribuem para que boa parte gaste menos na data. A principal razão para que haja um freio no consumo daqueles que pretendem gastar menos este ano deve-se ao orçamento apertado (34%), enquanto 24% desejam economizar, 18% estão desempregados e por essa razão se veem impossibilitados de comprar e 9% têm outras prioridades de aquisição (9%), como carro e casa. Há ainda os que precisam pagar dívidas em atraso (8%).
Embora os consumidores estejam cautelosos, a pesquisa mostra que cerca de um terço (30%) pretende comprar dois presentes e 25% apenas um. A maioria (66%) espera pagar os produtos à vista e o dinheiro será a opção de 51% dos entrevistados. Em segundo lugar, aparece o cartão de crédito parcelado (34%) e, em terceiro, o cartão de débito (28%). Entre os que planejam parcelar as compras, a média de prestações é de quatro parcelas.
Os shopping centers são o lugar preferido dos consumidores para fazer suas compras (42%), embora 35% optem pela internet, provavelmente motivados pela comodidade e praticidade de encontrar seus presentes. Já 28% mencionaram que buscarão o tradicional comércio de rua. Mesmo com uma inflação menor, se comparada ao auge da crise, a maioria dos entrevistados (59%) avalia que os preços dos presentes estão mais caros do que em 2017. Para 31%, os preços estão na mesma faixa e apenas 6% dizem estar mais baratos.
Faturamento da Sulanca é incrementado com data
Como dita a tradição, na última Feira da Sulanca antes da comemoração da data – na segunda (8) -, a maior demanda por produtos se concentrou nos bancos que comercializam vestuários infantis e nos de brinquedos. De acordo com a avaliação da sulanqueira Magda Soares, que vende artigos para criança, o movimento desta semana foi considerado satisfatório.
"Esperávamos um pouco mais, mas deu para lucrar alguma coisa. Ao menos, deu para superar as vendas das últimas feiras. Comercializei em torno de 400 peças, o que é considerado bom para uma feira que antecede a data", comentou.
Especializada na comercialização de brinquedos populares, a feirante Maria Sales também analisou de forma positiva o desempenho da Sulanca desta semana. "Vendi boa parte de meu estoque, o que foi considerado muito bom. Ainda tenho certa quantidade de mercadoria que espero comercializar até a manhã desta sexta-feira (12)", disse.