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Saúde
 
29/09/2018
Setembro também é mês de se falar em Alzheimer
 

O mês mundial do Alzheimer chama a atenção para os cuidados e a prevenção da doença

Difícil. Essa é a palavra mais repetida pelas pessoas que têm parentes com Alzheimer. A doença degenerativa do cérebro, que tem como primeiro sinal episódios de esquecimento, costuma se manifestar a partir dos 70 anos. Com o envelhecimento da população, entidades estão reforçando a importância para a discussão sobre o tema.

Segundo projeção do IBGE, a população com mais de 60 anos deve mais que duplicar até 2060. Hoje, ela representa 13% do total de brasileiros e pode chegar até 32%. É por isso que a Associação Brasileira de Alzheimer realiza, em setembro, o mês mundial da doença de Alzheimer, uma campanha destinada a conscientizar a população, entidades públicas e privadas de saúde, para os cuidados e prevenção.

O Alzheimer está entre os tipos mais comuns de demência. "É necessário fazer uma série de avaliações para ter o resultado certo. É preciso ser também responsável para dar o diagnóstico porque a doença não tem cura", disse o neurologista Paulo Henrique Fonseca. Ele explicou que a medicação vai tratar de sintomas específicos, uma equipe multidisciplinar ajuda na qualidade de vida do paciente, mas o amor e o afeto são fundamentais para tornar mais lento o avanço da doença.

O pai do professor Daniel Silva, seu Severino Antônio, conhecido por Biu de Calu, foi diagnosticado com Alzheimer em 2017. A família pensava que era "caduquice" e só depois de uma infecção intestinal, quando foram realizados vários exames, veio o resultado. "É muito difícil. Os cuidados com a saúde dele, com a medicação, com a alimentação. Por sua idade, hoje, 84, são diversas as lidas diárias: banhos, deslocamento dentro de casa. Porém, o mais difícil mesmo é saber que ele já não nos reconhece", lamentou Daniel.

O Alzheimer apresenta três fases: inicial, moderada e avançada (ver quadro). Sobre a prevenção, o neurologista explicou que a doença é causada por uma interação de fatores genéticos e do ambiente. As pessoas que têm parente de primeiro grau com a enfermidade têm mais chances de desenvolver, mas os fatores ambientais são fundamentais, ou seja, "ter estilo de vida mais saudável no que come, reduzindo o nível de estresse, praticando atividade física, tudo isso reduz, substancialmente, o risco de desenvolver a doença", reforçou.


SINTOMAS

Fase inicial

– Alterações da memória, principalmente dificuldade para lembrar dos acontecimentos mais recentes, como onde guardou as chaves de casa, o nome de alguém ou um local onde esteve, por exemplo;
– Desorientação no tempo e no espaço, tendo dificuldade para achar o caminho de casa ou não saber o dia da semana ou a estação do ano que está;
– Dificuldade para tomar decisões simples, como planejar o que cozinhar ou comprar;
– Repetir constantemente a mesma informação ou fazer as mesmas perguntas;
– Perda de vontade em realizar atividades do dia a dia;
– Perda do interesse por atividades que costumava de fazer, como costurar ou fazer cálculos;
– Mudança do comportamento, geralmente ficando mais agressivo ou ansioso;
– Alterações de humor com momentos de apatia, riso e choro em certas situações.
* Nesta fase, a alteração da memória acontece para situações recentes, e a lembrança de situações antigas permanece normal, o que torna mais difícil perceber que pode ser sinal de Alzheimer.


Fase moderada

– Dificuldade para cozinhar ou limpar a casa, deixando o fogão ligado, colocando na mesa alimentos crus ou usando os utensílios errados para limpar a casa, por exemplo;
– Incapacidade de fazer a higiene pessoal ou esquecer de se limpar, usando a mesma roupa constantemente ou andando sujo;
– Dificuldade para se comunicar, não recordando as palavras ou dizendo frases sem sentido e apresentando pouco vocabulário;
– Dificuldade para ler e escrever;
– Desorientação em locais conhecidos, perdendo-se dentro da própria casa, urinando no cesto do lixo, ou confundido os cômodos;
– Alucinações, como ouvir e ver coisas que não existem;
– Alterações do comportamento, ficando muito quieto ou excessivamente agitado;
– Ficar sempre muito desconfiado, principalmente de roubos;
– Alterações do sono, podendo trocar o dia pela noite.
* Nesta fase, o idoso torna-se depende de um familiar para se cuidar, porque já não consegue fazer as tarefas do dia a dia, devido a todas as dificuldades e confusão mental. Além disso, é possível começar a haver dificuldade para andar e ter alterações do sono.


Fase avançada

– Não memorizar nenhuma informação nova e não recordar as informações antigas;
– Esquecer dos familiares, amigos e locais conhecidos, não identificando o nome nem reconhecendo o rosto;
– Dificuldade para entender o que acontece em sua volta;
– Ter incontinência urinária e de fezes;
– Dificuldade para engolir alimentos, podendo ter engasgos ou demorar muito para terminar uma refeição;
– Apresentar comportamentos inapropriados, como arrotar ou cuspir no chão;
– Perder habilidade para fazer movimentos simples com os braços e as pernas, como comer com uma colher;
– Dificuldade para andar, sentar ou levantar, por exemplo.
* Nesta fase, a pessoa pode passar a ficar mais deitada ou sentada o dia inteiro e, se nada for feito para impedir isto, a tendência é que se torne cada vez mais frágil e limitado. Assim, pode vir a necessitar do uso de cadeira de rodas ou mesmo ficar acamado, tornando-se dependente de outras pessoas para realizar todas as tarefas, como tomar banho ou trocar fraldas.

Fonte: www.tuasaude.com

 
 
 
 
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