Por que ditadores, nazistas, fascista e seus apoiadores querem modificar a história e desmerecer fatos que aconteceram, negando-lhes ou modificando-os a ponto de inventar uma suposta nova verdade sobre a verdade que já ocorreu? Não faz muito tempo que o presidente da Polônia quis negar a existência do Gueto de Varsóvia, mesmo ainda hoje existindo pessoas que testemunharam a sua existência, mesmo existindo fotos e filmagens que comprovam essa barbárie. Stalin desejava apagar os rastros de criminosos comuns porque negava a existência do crime na União Soviética, pois dizia que o crime era um fenômeno burguês, mesmo existindo assassinatos, agressões variadas, torturas e estupros, inclusive praticados pelo Estado. Negar a história é coisa de regimes antidemocráticos.
No Brasil, essa semana nos surpreendemos com a tentativa de falsear a nossa história de novo. De novo sim, porque desde a campanha presidencial tenta-se minimizar os males causados pela ditadura civil-militar que se instalou no Brasil de 1964 a 1985. A ditadura militar brasileira não foi um regime totalitário, que extermínio geral, mas um regime antidemocrático, que perseguiu, torturou, retirou direitos e assassinou centenas de pessoas. Para se saber o que de fato aconteceu nesse período, com grandes prejuízos devido ao decurso de tempo, a presidenta Dilma Rousseff instaurou a Comissão Nacional da Verdade. Muitos documentos já haviam desaparecido nesse período e apuração ficou prejudicada, sabendo-se que os danos foram muitos maiores do que os apurados.
Hoje, após a apresentação do relatório da Comissão Nacional da Verdade, temos a Comissão Nacional de Mortos e Desaparecidos Políticos, que aumenta os números do relatório, devido a novos nomes serem inclusos o tempo inteiro na lista de mortos e desaparecidos em crimes contra vida e a integridade física praticados pelo Estado brasileiro. Após a declaração dessa comissão sobre a morte do desaparecido político Fernando Santa Cruz, pai do Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, que afirmou que Fernando foi morto criminosamente pelo Estado brasileiro a época da ditadura militar, o presidente Bolsonaro trocou a maioria dos membros dessa comissão por membros do seu partido ou militares. Essa postura de Bolsonaro é típica de quem deseja distorcer a história, de ditadores que desejam fabricar a própria verdade, esquecendo-se de que contra fatos não há argumento. Sem conhecermos a verdade de fato sobre a nossa história jamais construiremos um futuro melhor.