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Editorial
 
25.05
Governo do Estado vira as costas para Caruaru

Esta semana, a prefeita Raquel Lyra (PSDB) participou da inauguração de uma praça no Bairro São José, zona oeste da cidade. Durante o evento, em que estiveram presentes secretários, vereadores e boa parte da população daquela localidade, a chefe do Executivo municipal fez um desabafo: o Governo do Estado está virando as costas para a cidade.

Como exemplo, nós podemos citar o débito do Governo do Estado com a Prefeitura de Caruaru que passa de R$ 17 milhões. Nesse valor está a manutenção do Samu regional, que fica todo o peso das despesas para os cofres municipais. Além disso, está acontecendo uma redução drástica no repasse de verbas para o São João, maior evento do Nordeste e um dos maiores do país.

No primeiro ano da prefeita Raquel Lyra (2017), o repasse foi de R$ 2,5 milhões, valor que só foi pago no ano seguinte, literalmente às vésperas do São João, no dia 23 de junho de 2018. No ano passado, o repasse foi de apenas R$ 800 mil, mas, até agora, o valor não foi dado para o município. Para este ano, houve outra redução e Caruaru deve receber apenas pouco mais de R$ 600 mil para tocar seus festejos juninos.

Vale lembra ainda que há exatos dois anos o governador Paulo Câmara não vem na cidade prestigiar o evento, com um detalhe: em 2017, ele enviou o então secretário de Turismo, Felipe Carreras, mas, no ano passado, ninguém ligado ao Palácio das Princesas esteve em Caruaru para acompanhar o maior São João do Brasil.

Desde que a festa ganhou esse modelo de 30 dias e abertura em 1º de junho, todos os governadores estiveram presentes na abertura, mesmo sendo adversários do prefeito no âmbito da política municipal. Joaquim Francisco, Jarbas Vasconcelos, Miguel Arraes, Eduardo Campos e o próprio João Lyra Neto, que é filho da terra, não só estiveram em Caruaru, como liberaram verbas para contratação de artistas e infraestrutura.

Outro exemplo que pode ser citado em relação à negativa do governador com Caruaru está no Biesp. Ainda durante a campanha eleitoral do segundo turno, Paulo Câmara foi ao guia eleitoral de Tony Gel e afirmou que se seu aliado ganhasse a eleição, a cidade teria o 4º BPM exclusivo para atender as demandas dos caruaruenses. Como Raquel ganhou a eleição, ele não deixou o 4º BPM exclusivo. Criou o Biesp, mas para toda a região.

Outro ponto que tem deixado a prefeita do município chateada é o fato dos deputados estaduais – são três na base do governador (José Queiroz, Erick Lessa e Tony Gel) – não moverem um palha em prol de Caruaru. Segundo Raquel, com o fechamento dessa porta (governador e aliados), outras foram abertas e recursos começam a chegar através de nomes como o do jovem jornalista e deputado federal Fernando Rodolfo (PP), além de aliados como Armando Monteiro (ex-senador), Jorge Corte Real (ex-deputado) e Daniel Coelho (PPS).

Raquel revelou ainda que um dos seus maiores compromissos de campanha – zerar o déficit de oito mil vagas de creche – vai ser atingido. Segundo ela, 4,3 mil vagas já foram adquiridas e, com verbas desses parceiros, conseguirá concluir as demais. Segundo a prefeita, a Câmara de Vereadores tem se tornado uma grande parceira e, graças ao empréstimo adquirido junto à Caixa Econômica Federal, e com o aval dos vereadores, está transformando Caruaru em um verdadeiro canteiro de obras. Em dois anos de gestão, foram mais de 100 ruas calçadas, escolas reformadas e novas surgindo.

A população precisa fazer sua parte: cobrar dos deputados eleitos com voto dos caruaruenses que destinem parte de suas verbas indenizatórias para o município. Essas verbas têm que ser aplicadas em melhorias para o povo de Caruaru.

 

 
 
 
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